terça-feira, 22 de maio de 2012

O Retorno da Carven

Nessa correria que é a vida, quando entro no FFW para entender o que aconteceu nas últimas semanas de moda, geralmente cometo o pecado de buscar sempre pelas maisons mais "importantes" tanto em termos de brand quanto em termos de "essa marca agrada meu estilo pessoal". 

É uma pena, mas muita coisa nova passa batida, e legal mesmo seria se ao invés de irmos atrás das referências de sempre, começássemos por aquelas que são completamente fresquinhas. Ih, eu acho é que vou mudar meu processo de análise dos desfiles daqui pra frente, pra não deixar novidades bacanas como a deste post passarem batido.

A Carven pode ser velha conhecida das nossas avós, senhorinhas que envelheceram consumindo (ou só admirando mesmo, né?) a marca. Nas últimas décadas, a etiqueta da maison ficou muito desgastada, já que a direção artística passou por diversas mãos e seu nome foi associado a produtos esdrúxulos.

Guillaume Henry, 33 anos, Diretor Criativo da Carven.
Mas isso tudo mudou quando o francês Guillaume Henry recebeu o convite do patron da maison Carven para assumir o posto de Diretor Criativo.
O bonitão, de 33 anos, ex-assistente do ídolo Ricardo Tisci na Ginvenchy, tinha a missão de trazer a marca para o século 21 e recuperar seu prestígio e para isto, começou do zero, rompendo com o histórico couture da casa e abraçando o ready-to-wear pra chamar de seu. A aposta em um público sedento por peças de creatèur sem preços ultrajantes deu certo!

O grande diferencial da nova Carven está no processo criativo: ao invés de injetar informação de moda referente aquilo que chamamos de zeitgeist, Guillaume construiu uma indentidade sólida e incofundível.

Após seu discretíssimo comeback a marca passou de mini apresentações na Semana de Moda de Paris, para desfiles com repescagem (reflita, bee!) para atender a demanda, o primeiro perfume está com lançamento marcado para o ano que vem e as it guéls Blake Lively <3 e Alexa Chung viraram fãs de carteirinha da marca! 
Segundo a crítica especializada, Guillaume é uma das maiores promessas da moda atual. Tudo isso com muito respeito ao passado, já que em seu escritório o estilista mantém um retrato da fundadora da Carven, Carmen Tomaso, ainda vivona e com 103 inacreditáveis anos! Que beleza não é? Em entrevista à Vogue Brasil de Março, Guillaume conta que até chegou a se debruçar sobre o arquivo da maison, mas resolveu se desapegar porque para ele a Carven não tem um legado que se resume a uma determinada silhueta ou a códigos, como acontece com as maisons Chanel, Balenciaga e YSL, mas sim a um espírito fresquinho, elegante e espontâneo. Para ele o importante é manter este perfume. E aqui entre nós, certo ele! 


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