segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Já que virou moda...

... e que todo mundo só sabe dizer que "os dois lados estão errados" mas ninguém argumenta a respeito de tal opinião, porquê né, ninguém tá a fim de correr o risco de virar politicamente incorreto, eu vou tentar explanar aqui a minha sincera opinião sobre o caso "A Loira da Uniban."
Sinceramente, EU RI.
As pessoas não conseguem se equilibrar entre o discurso de que o nosso país é "extremamente moralista" (HAHAHA) e a frase "Mas isso não é roupa de ir para a faculdade". E daí dizem que não tem certo e errado e bla bla bla.
O que me provoca gargalhadas com relação a tudo isso é que quase ninguém pensa que tudo se resume a uma palavra: CULTURA.
Não, não estou sendo elitista e idiota. Não me refiro à quantidade de conhecimento das pessoas que estudam na Uniban. Me refiro ao conjunto de valores, crenças, conceitos que pautam as regras (formais) e as normas (estas informais) de um grupo social qualquer.
A atitude da aluna ao usar o tal vestido curto (vestido?), justo e ROSA/VERMELHO para assistir às aulas na universidade pode facilmente ser comparado àquela situação comumente vista nas cidades interioranas em que um MALA SEM ALÇA qualquer abre o MEGA SOM do carro e impõe para a rua inteira seu gosto musical. Vira e mexe acaba em polícia mandando abaixar o volume ou desligar porque os vizinhos estão reclamando. Quase como um recado de "GUARDE O SEU GOSTO MUSICAL PARA VOCÊ MESMO, PORQUE NINGUÉM É OBRIGADO A COMPARTILHÁ-LO CONTIGO DE BOM GRADO."

Voltando para o caso do vestido. A moda, bem como a música, são meios porque tratamos de nos expressar, emitir uma imagem, maneira de ver o mundo e demais opiniões a respeito de tudo. Mas também é necessário respeitar o espaço do outro. A aluna, a meu ver, da mesma maneira que o MALA que coloca o som nas alturas, quis, por meio daquele traje impôr a um grupo social INTEIRO (todas as pessoas ligadas à UNIBAN) seu gosto PESSOAL.

Não preciso me estender dizendo que IMEDIATAMENTE a atitude da aluna foi PUNIDA através da hostilidade dos companheiros. O grupo social SEMPRE vai CONTROLAR a perpetuação de um conjunto de valores.

Quanto à expulsão, uma punição formal, me parece ter sido um FAVOR feito a dita cuja. Ou vai querer voltar para a faculdade com os mesmos hábitos e ser LINCHADA pelos companheiros de estudo?

Se a Uniban voltar atrás por conta da especulação da mídia que A-DO-RA fazer tempestade am copo d'água transformando a tal garota em mártir do ensino voltado para a baixa renda do Brasil, estará ROMPENDO com a própria organização cultural da universidade.

O que nos cabe mesmo, é refletir com essa história sobre a seguinte questão: "Até onde é correto a gente impôr o nosso estilo/gosto pessoal?" Afinal é a atitude PONDERADA quanto a isso que vai nos transformar em pessoas ELEGANTES visualmente ou VULGARES.

And so I said.

xoxo

2 comentários:

  1. Oi, Dani! Sinceramente, discordo da sua opinião. Até porque, por música alta para todos ouvirem nada tem a ver com vestir uma roupa que é de seu agrado. Ela, em momento algum, impôs que as outras pessoas ligadas à Uniban se vestissem como ela. E conceitos como elegência e vulgaridade são variáveis, não há regra. Penso que hostilizar qualquer pessoa por pensar/vestir/falar/escutar/crer/gostar de coisas diferentes de você é uma atitude de extrema intolerância que não pode ser legitimada, pelo contrário: deve ser combatida, com a punição de seus atores. Hoje em dia, realmente "o grupo social controla a perpetuação de um conjunto de valores" e é por acreditar que devemos combater isso e dar liberdade para que cada ser expresse seu(s) valor(es) individual(is) que classifico a menina da Uniban como vítima de violência, afinal, o corpo é dela e só ela pode governá-lo. Independente do que ocorreu antes, ninguém tem direito de ameaçar ninguém. Beijos, Mari

    ResponderExcluir
  2. realmente, nesta parte concordo contigo: a mídia está fazendo um show sobre o assunto, com o objetivo de reclamar do ensino superior brasileiro. grande merda, o pior é que muitos caem nessa...
    mas, sobre a garota. concordo contigo, o problema é completamente cultural. e por isso afirmei sempre, a garota estava completamente errada. ela quebrou descaradamente uma regra social fortíssima, que é o posicionamento em relação à faculdade. a faculdade é vista como um local sério, intelectual, e ela foi com uma roupa que mulheres do morro vão ao baile funk.
    por isso sofreu as zombarias. não acho certo o nível que chegou, mas ela quebrou uma regra e as pessoas se sentiram incomodadas com isso.

    no fundo, então, há regras sociais que nos dizem o que é certo e errado. e uma dessas regras é a de que, não importa nosso gosto pessoal, em um grupo social nós temos certos limites que não devemos ultrapassar... e acho que essas regras são essenciais para uma vida social.

    ResponderExcluir