sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Momentcheenho Reflexivo

Ontem eu fui dar um tempo nos estudos e enquanto traçava minha saladinha com frango grelhado (porque eu nunca vou deixar de ser perseguida pela minha balança). Daí liguei a TV. Assisto muito pouco à televisão por falta de tempo. Na verdade quando tenho tempo de assistir acabo optando por um cineminha, por assistir Gossip Girl (baixo tudo na internet, não aguento esperar pela WB Brasil), rever todas as minhas temporadas de The OC (Seth Cohen, te amo pra sempre!), ou baixar Mad Man (figurino riqueza, vai!), ou atacar a minha videolocadora preferida, a 2001.


Quando estou estudando, às vezes deixo a TV ligada na MTV enquanto passa o MTV Lab, que agora tem tudo quanto é versão, pra todos os gostos, né? Eu adoro música de todo tipo (sou bem eclética) e não faço nada sem um SOM. Estudar, então? Silêncio absoluto me incomoda, não consigo me concentrar sem uma trilha sonora apropriada para o momento.

MAS VOLTANDO...

O fato é que eu liguei a TV e estava passando um programa, do qual não me lembro bem o nome e cujo quadro se dispunha a dar conselhos de moda e estilo.
A proposta era pegar todas os #FAIL fashionistas que o brasileiro comete (e que, convenhamos, são MUITOS) e dar algumas dicas de como fugir destes errinhos. Na hora, juro que me interessei! Até me endireitei no sofá e aumentei o volume. Mas desanimei instantâneamente.

Ora, a gente sabe bem que andar na rua aqui em São Paulo (e não deve ser mointo diferente no resto do país) e ver gente elegante e bem vestida é só nos Jardãs, no Itaim, ÀS VEZES na Paulista e, dependendo do que você considerar estiloso, pelas bandas da Rua Augusta, o redutinho rock'n'roll paulistano. Moema também tem suas it girls. O resto é triste.



A gente entende também que a coisa é mega complicada em termos de renda e poder de consumo e que economia e desigualdade social influenciam SIM! no guarda roupa das pessoas, nos hábitos fashion (posso chamar assim, né?) do povo brasileiro. Mas daí eu penso: Em Nova York, por exemplo, todo mundo tá no perrengue com a crise (que é MUNDIAL) também. Mas de lá saem a maioria das fotos de Street Style que a gente fica babando aqui. Então TEM ALGUMA COISA BEM ERRADA, né?

Estamos no século XXI, a era da informação, da conectividade e da queda das fronteiras. E por mais RIDÍCULO que possa parecer, a moda aqui no nosso país, ainda é levada como algo absurdamente ELITISTA, assunto de quem tem PODER AQUISITIVO e que, BEM POR ISTO, é considerado FÚTIL e MESQUINHO.
Respiro aliviada por alguns segundos quando leio uma notícia contando que um grande estilista vai fazer uma linha mais comercial, pra vender nas Fast Fashion AMYGAS dessa vida bandida que a gente leva, porque este é mesmo um passo importante pra acabar com esse tabu ridículo de que moda é coisa pra quem não tem o que fazer e possui diversos dígitos na conta bancária ( e este DEFINITIVAMENTE, não é o meu caso).


Mas ainda me chateia, irrita e revolta ver que todo o espaço que a mídia tem pra levar uma informação de moda mais contemporânea, mais dia a dia até a população seja desperdidaçada de duas maneiras diferentes:
  • OU a mídia fala de tudo aquilo que é MEGA referência (que é glaumuroso e que por isto custa caro, lógico!) e fala disso, sem mostrar que é tudo uma questão de referência e que todas essas idéias podem ser adaptadas pra vida de gente NORMAL e pro nosso orçamento arrochadinho, pra quem a gente é pro nosso estilo. #FAIL

  • OU então impõe idéias de moda PRONTAS, completamente mastigadas, atropelando todo o exercício que as pessoas deveriam fazer atrás de se encontrar e se acertar com seu guarda roupas.

Eu que não sou das garotas mais abonadas deste país, mas que adoro moda, perco todo o tempo livre olhando meus blogs preferidos (olha o BlogRoll aí do lado), indo ao cinema, devorando locadoras, procurando minhas referências, comprando as minhas revistas com o maior esforço, penso MIL vezes antes de adquirir uma peça, não só pelo preço mas também pela FUNCIONALIDADE que ela terá dentro do meu armário, me pergunto POR QUE É QUE ao invés disto, a gente não começa a tomar como exemplo o que fazem um monte de blogueiras, e aqui cito as meninas da Oficina de Estilo, que fizeram toda a diferença quando eu decidi me encontrar dentro do meu closet, e passa então, a estimular todo mundo a se conhecer? A procurar opções que caibam nos seus orçamentos (claro!) que estejam ao alcance dos olhos e das mãos e que construam uma imagem BONITA, FUNCIONAL que seja a cara de cada um?


As meninas da Oficina de Estilo, Fê e Cris (MUSAS!)
Eu também quero a oportunidade nova yorquina de sair de casa e passear pelas ruas da minha cidade e falar: CARAMBA como tem gente bonita e elegante nesse meu país! Acho que não é mais só uma questão de ter moda acessível pra todo mundo. Agora é uma questão de tornar a INFORMAÇÃO DE MODA mais acessível, mais compreensível e PROPÔR PRA TODO MUNDO, TODO DIA, O EXERCÍCIO INCRÍVEL de SE ENCONTRAR.

PRONTO, FALEI.
E aí o que vocês acham? Não tá na hora, Brasil!?

2 comentários:

  1. Me causou um puta arrepio essa sua postagem.

    De verdade, como aprendiz de fashionista tenho que concordar com cada palavra que disse ( principalmente as coloridas!)

    Acho que seu blog é REFERÊNCIA de moda.

    Aprendi mta coisa lendo as duas loucuras fashionistas e toda a bagagem que vc procurou ter.

    Sem mentira algum, paguei um pro seu desabafo.

    Te adoro amiga.

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